Praia, – 18 de Junho de 2019 – Especialistas em Energia concluíram que a indecisão dos decisores políticos e a falta de racionalização dos projectos, bem como a colaboração com instituições internacionais, dificultam o desenvolvimento de projectos solares em África. Isto foi repetido no Fórum Africano de Energia 2019 (AEF), realizado em Lisboa, Portugal, de 11 a 14 de Junho de 2019. O Fórum Africano de Energia (AEF) é uma reunião global de investimento para os sectores energético, energético, de infra-estruturas e industrial de África. O Fórum reuniu decisores seniores activos no sector energético de África com o objectivo de formar parcerias, identificar oportunidades e fazer avançar colectivamente a indústria.
Os delegados presentes no fórum manifestaram preocupação com o que descreveram como baixa procura de electricidade em muitas regiões africanas, ameaçando assim a viabilidade de novos projectos. Contudo, as partes interessadas argumentaram que o fornecimento de nova energia fiável aos consumidores acabará por alterar o comportamento dos utilizadores de energia, desencadeando assim novas actividades e impulsionando a procura de energia.
Os participantes também discutiram longamente a questão da falência, observando que os serviços públicos financeiramente insustentáveis representam um grande obstáculo à atração de investimento em energia. Afirmaram que os serviços públicos aumentam frequentemente as tarifas retalhistas de electricidade para as fazer reflectir os custos, mas argumentaram que aumentar as tarifas é uma coisa e financiar os pagamentos resultantes é outra. Os delegados também referiram como exemplo os aumentos tarifários que observaram apenas aumentarem a pressão sobre os serviços públicos, assustando os investidores que muitas vezes estão preocupados com o que fazer em caso de falência.
O fórum contou também com a presença do coordenador da Power Africa, Andrew Herscowitz, – uma iniciativa dos EUA criada pelo ex-presidente Barack Obama para alargar o acesso à electricidade no continente africano. O Sr. Herscowitz disse no fórum que as mini e micro-redes não são comercialmente viáveis neste momento e expressou dúvidas sobre a sua eficácia na retirada da população africana da pobreza e no apoio à industrialização.
Muitos representantes dos estados africanos presentes no fórum também afirmaram que ainda estão a tentar encontrar metodologias para definir a tarifa de electricidade adequada para acompanhar as mini-redes. Outros delegados sugeriram que o modelo de negócio por trás das mini-redes necessitava de melhorias para torná-las comercialmente viáveis. A maioria dos delegados da AEF sugeriu que as soluções de energia devem ser inovadoras e responder às necessidades dos clientes. A reunião também discutiu a necessidade de projectos que facilitem a transferência de conhecimentos de empresas estrangeiras para as partes interessadas africanas, numa tentativa de capacitar as comunidades locais.
O Centro de Energias Renováveis e Eficiência Energética da CEDEAO (ECREEE) foi representado no fórum pela Sra. Salett Nogueira, da Unidade de Comunicação e pelo Sr. Jaffaru AbdulRahman, da Unidade de TI. A dupla participou na reunião em nome do Diretor Executivo do ECREEE, Mahama Kappiah, durante a qual discutiram oportunidades de Energia Renovável na região da África Ocidental com investidores e parceiros.